São Paulo — O yakisugi, método desenvolvido no Japão no século XVIII, volta a ganhar destaque entre arquitetos e designers pela capacidade de proteger a madeira e conferir aparência escurecida marcante. A prática, cujo nome significa “cedro queimado”, surgiu quando aldeões passaram a carbonizar tábuas de cedro para aumentar a resistência contra umidade, insetos e intempéries.
Como funciona o yakisugi
O processo tradicional envolve três etapas. Primeiro, as tábuas — geralmente de cedro, mas também de cipreste, pinho ou carvalho — são agrupadas em forma de tubo e expostas a chama intensa até que a superfície seja carbonizada, adquirindo textura negra e brilhante. Em seguida, acontece o resfriamento com água ou ar, procedimento que sela a camada queimada. Por fim, a madeira é escovada para retirar o excesso de carvão e recebe óleo natural, responsável por nutrir e prolongar a proteção.
Aplicações na arquitetura e no design
Paredes internas, portas, cabeceiras, estantes e objetos decorativos têm recebido o acabamento carbonizado para criar pontos focais escuros que absorvem luz e destacam texturas. Além do apelo visual, o yakisugi oferece maior durabilidade frente à ação do tempo, do sol e da umidade, apresentando-se como opção considerada sustentável por dispensar produtos químicos pesados.
Alternativas contemporâneas
Para quem prefere evitar fogo direto, fabricantes disponibilizam tintas, vernizes e chapas previamente tratadas que imitam o aspecto carbonizado. Esses recursos permitem levar o efeito a diferentes superfícies sem recorrer à queima manual.

Imagem: David J. Boozer
Com base em ritual milenar que une fogo, água e madeira, o yakisugi continua a inspirar soluções que combinam proteção estrutural e acabamento estético de caráter artesanal.
Com informações de Casa Vogue