O município de Radicondoli, na região da Toscana, intensificou sua estratégia para reverter a perda de habitantes. Desde 2023, a prefeitura paga até 20 mil euros (cerca de R$ 126 mil) a quem adquirir e se mudar para uma das residências desocupadas. O pacote inclui ainda um bônus extra de 6 mil euros (aproximadamente R$ 37,8 mil) destinado a despesas como transporte e aquecimento.
Em 2025, o programa foi ampliado. Além dos compradores, locatários passaram a ser contemplados: o município cobre 50% do valor do aluguel nos dois primeiros anos, benefício válido até o início de 2026. Os alugueis, que giram em torno de 400 euros (por volta de R$ 2,5 mil) mensais, podem cair para 200 euros durante o período de subsídio.
Investimento público
Segundo o prefeito Francesco Guarguaglini, mais de 400 mil euros (cerca de R$ 2,5 milhões) já foram aplicados em incentivos que incluem ainda auxílio a estudantes, usuários de transporte público e assinantes de energia renovável. Diferentemente dos programas italianos de “casas por um euro”, os imóveis de Radicondoli mantêm valor de mercado.
Imóveis e condições
As casas disponíveis variam de pequenos apartamentos no centro histórico a grandes fazendas cercadas por oliveiras e vinhedos. Os preços vão de 50 mil a 100 mil euros (entre R$ 315 mil e R$ 631 mil), muitos preservando vigas de madeira e paredes de pedra originais.
Para participar, o morador precisa se comprometer a viver pelo menos 10 anos no caso de compra ou quatro anos se optar pelo aluguel.
Meta de mil habitantes
A perda populacional começou na década de 1950, quando os jovens deixaram o vilarejo em busca de oportunidades urbanas. Atualmente, Radicondoli registra cerca de 15 óbitos de idosos por ano e apenas três nascimentos. Desde 2023, foram concluídas 23 vendas de imóveis e cerca de 60 novos moradores — italianos e estrangeiros, principalmente belgas — passaram a viver na cidade. A meta é atingir pelo menos mil habitantes.

Imagem: Guido Cozzi
Apoio ao turismo e à cultura
Além dos incentivos residenciais, a prefeitura oferece recursos para quem restaurar imóveis abandonados e convertê-los em acomodações turísticas. Há também bolsas de estudo e subsídios para famílias com filhos. O calendário cultural inclui festivais folclóricos, visitas guiadas e atividades ao ar livre, como caminhadas, ciclismo e cavalgadas.
Radicondoli se destaca ainda pela produção de energia geotérmica, que gera receita para a comunidade e reforça o perfil sustentável do vilarejo.
Com informações de Casa Vogue