Rio de Janeiro – Há cinco anos instalados em Teresópolis, na região serrana fluminense, os designers Lula Duffrayer e Flavio Carvalho transformaram o ateliê caseiro no palco do projeto Pirilampos do Planeta, dedicado a criar esculturas e luminárias com resíduos plásticos coletados em cooperativas locais.
O casal vive em um imóvel cercado pelos parques Estadual dos Três Picos, Nacional da Serra dos Órgãos e Natural Municipal Montanhas de Teresópolis. No espaço, mantêm um apiário e uma nascente: “Viver aqui aguçou nosso olhar para a urgência da sustentabilidade”, afirma Lula.
Reaproveitamento começou em casa
A reutilização de materiais teve início no próprio terreno adquirido há uma década. Piso, esquadrias, mobiliário e, depois, o ateliê foram erguidos com itens de reúso. Durante a pandemia de 2020, buscando novas atividades criativas, Lula e Flavio passaram a frequentar a Cooperativa de Trabalho de Catadores de Materiais Recicláveis Fênix, a poucos minutos dali, e se depararam com grandes volumes de plástico descartado.
“O catador é um personagem invisibilizado que precisava de protagonismo. No Brasil, apenas 4% do lixo é reciclado, e mais de 80% desse índice depende dos catadores”, destaca Lula.
Oficinas, exposições e carnaval
Em 2022, a dupla iniciou oficinas e palestras em escolas para ampliar a conscientização ambiental. No ano seguinte, realizou a primeira exposição no shopping VillageMall, na Barra da Tijuca, e assinou, a convite do artista Gringo Cardia, a cenografia do camarote do Grupo Soma na Marquês de Sapucaí.
O reconhecimento ganhou força com uma instalação que utilizou 1 tonelada de resíduos plásticos suspensa no pátio interno do Centro Cultural Banco do Brasil de Belo Horizonte, exibida até fevereiro de 2025. Ainda em 2025, os artistas estrearam na MADE, feira paulistana de design colecionável.
Imagem: Pedro Bucher
Próximos passos
Agora, o Pirilampos do Planeta prepara a mostra “Elos”, programada para São Paulo. “Sentimos o frio na barriga de quem sabe que tudo depende do esforço das três cooperativas parceiras; nosso papel é perfumar o que passa despercebido”, resume Lula.
Os trabalhos continuam sendo produzidos no ateliê batizado de “perfumaria”, onde os resíduos chegam higienizados e perfurados antes de virar arte iluminada.
Com informações de Casa Vogue
