O universo da moda revisita a trajetória de Giorgio Armani após a morte do estilista em 4 de setembro de 2025, aos 91 anos. Entre vestidos, ternos e fragrâncias, o italiano também deixou reflexões que ajudam a entender sua visão de elegância, simplicidade e disciplina. Selecionadas de entrevistas concedidas ao longo de décadas, 20 declarações resumem a filosofia por trás de um império que começou com um pequeno ateliê em 1975 e se espalhou por roupas, perfumes, hotéis e restaurantes.
20 ideias que sintetizam a visão de Armani
• Elegância não se compra: para Armani, dinheiro não garante bom gosto, e a verdadeira motivação sempre foi “fazer coisas”.
• Paixão pelo cinema: ele credita às telas grande parte de sua inspiração e formação estética.
• Libertação de códigos: o estilista acreditava ter ajudado homens e mulheres a abandonarem restrições de vestimenta.
• Atenção aos detalhes: rapidez nunca substituiu o cuidado quase obsessivo com acabamentos.
• Relevância vem de fora: na sua opinião, apenas o público pode apontar quem é importante.
• Produto em primeiro lugar: Armani criticava desfiles focados apenas em entretenimento, sem utilidade real.
• Moda para gente real: peças deveriam ser práticas e confortáveis.
• Dedicação total: quando percebeu que poderia viver da moda, sacrificou parte da vida pessoal e faria tudo de novo.
• Ordem como aliada: odiava o caos e dizia trabalhar melhor com estrutura.
• Identidade inegociável: temia que o ritmo do mercado fizesse designers perderem a própria assinatura.
• Limite do bom gosto: a fronteira estética não deve ser ultrapassada, defendia.
• Disciplina acima da inspiração: calculava que 80 % do trabalho era método, 20 % criatividade.
• Durabilidade: nunca criou pensando em descarte após uma estação.
• Jaqueta como segunda pele: buscava equivaler o conforto masculino no guarda-roupa feminino.
• Autoconhecimento antes de vestir: para ele, o look serve à pessoa, não o contrário.
• Ser copiado é elogio: via a imitação como sinal de acerto criativo.
• Sensualidade sem excessos: pretendia deixar mulheres atraentes por meio de corte e proporção, não de exposição.
• Jeans democrático: considerava a peça símbolo de igualdade na moda.
• Liberdade pessoal: dizia não dever explicações sobre vida íntima.
• Sensualidade vestida: reforçava que aparência sedutora pode conviver com sofisticação.
Da medicina à passarela
Nascido em Piacenza, no norte da Itália, em 11 de julho de 1934, Armani chegou a cursar Medicina e serviu ao Exército antes de ingressar na loja de departamentos La Rinascente, em Milão, como comprador e vitrinista. O contato diário com tecidos o levou a estagiar com o costureiro Nino Cerruti e, mais tarde, a fundar a própria grife ao lado do parceiro de negócios e de vida, Sergio Galeotti, em 1975.
Revolução no terno masculino
Nos anos 1970, o designer desconstruiu o terno tradicional ao retirar forros e ombreiras, optando por tecidos leves que permitiam movimento. A proposta ganhou repercussão mundial quando Richard Gere vestiu um guarda-roupa completo da marca no filme “Gigolô Americano”, de 1980.
Expansão e influência cultural
A etiqueta cresceu para linhas como Emporio Armani e Armani Exchange, além de perfumes, óculos, móveis, hotéis e restaurantes. A ligação com o cinema rendeu figurinos para produções de Hollywood e presenças constantes em tapetes vermelhos. Em 2025, a atriz brasileira Fernanda Torres prestou homenagem ao estilista no 82.º Festival de Cinema de Veneza ao escolher um modelo Armani Privé.

Imagem: Internet
Mesmo após a despedida, as palavras e criações de Giorgio Armani continuam a orientar a indústria, reforçando a máxima que ele próprio defendia: tendências passam, mas estilo permanece.
Com informações de Fashion Bubbles