Belém (PA) – Um casal de empresários escolheu um condomínio a 20 minutos do centro da capital paraense para erguer um refúgio de fim de semana de 611 m². O projeto, comandado pelos arquitetos Luís Guedes e Pablo do Vale, do escritório Guá Arquitetura, privilegia a ligação com a floresta e celebra a memória ribeirinha da família.
Projeto voltado ao entorno
O volume branco, de implantação horizontal, foi posicionado de forma a valorizar a ventilação natural e dispensar ar-condicionado, mesmo sob as altas temperaturas de Belém. A orientação favorece os ventos predominantes e recorre ao efeito chaminé para intensificar a circulação de ar. Marquises largas, um corredor de proteção nos quartos e claraboias complementam a estratégia, enquanto vidros com película bloqueiam 80 % dos raios UV sem escurecer os ambientes.
Água e vegetação como protagonistas
Logo na entrada, uma kokedama sobre um espelho-d’água dá as boas-vindas e remete aos rios amazônicos, referência reforçada pelos espelhos-d’água que contornam a construção. O paisagismo assinado por Hana Eto Gall cria microclimas junto à piscina e envolve a casa com espécies nativas, trepadeiras que recobrem muros e um cubo de treliça onde funciona um cinema no pavimento superior.
Interiores pautados pelo design regional
A moradia abriga obras de artistas paraenses como Pablo Mufarrej, Emmanuel Nassar e Luiz Braga, além de mural em azulejos de Alexandre Mancini, discípulo de Athos Bulcão. O mobiliário mescla peças desenvolvidas pelo próprio escritório Guá com criações de designers brasileiros — entre elas a mesa Dinn, de Jader Almeida, e cadeiras Sal, de Vinicius Siega. Artefatos artesanais em cerâmica, cestaria e miriti, adquiridos em comunidades tradicionais do Pará, compõem a decoração.
Soluções técnicas e sustentabilidade
Para ampliar o conforto térmico, a residência conta ainda com cobertura de beirais generosos e pé-direito baixo, estratégia que protege contra as chuvas intensas da região. O engenheiro Márcio Barata colaborou na especificação do piso de concreto branco que percorre as áreas sociais.

Imagem: Filippo Bamberghi
Segundo os arquitetos, a casa foi concebida como “jardim, galeria e abrigo” simultaneamente, abrigando lembranças familiares, produção artística local e elementos naturais da Amazônia em cada ambiente.
Com informações de Casa Vogue