A proximidade das festas de Natal e Ano-Novo traz preocupação para tutores de cães e gatos: 84% dos pets têm medo de fogos de artifício e rojões, indica levantamento divulgado pela Petlove na quarta-feira (17). O mesmo estudo aponta que 91% dos animais demonstram ansiedade ou pânico intenso diante do barulho.
Reações mais comuns
Segundo veterinários consultados pela pesquisa, a exposição ao estrondo dos fogos provoca:
• 72% com taquicardia e sinais de estresse fisiológico;
• 65% fugas, desaparecimentos ou atropelamentos;
• 48% comportamentos destrutivos, como roer objetos ou se ferir;
• 44% lesões traumáticas, entre fraturas e contusões;
• 40% sintomas gastrointestinais, como vômito e diarreia.
A médica-veterinária Camila Freitas, coordenadora do curso de Medicina Veterinária da Estácio, explica que cães e gatos possuem audição muito mais sensível do que a humana. O som imprevisível, de alta intensidade e acompanhado de vibrações desencadeia uma resposta instintiva de alerta.
Preparação antecipada
Para minimizar o impacto, Camila recomenda iniciar a dessensibilização sonora alguns dias antes das datas festivas, com exposição gradual a sons semelhantes aos fogos. Manter rotina estável, oferecer atividades físicas e mentais e reforçar experiências positivas dentro de casa também ajudam.
O acompanhamento profissional é necessário para avaliar a necessidade de suplementos, feromônios ou medicamentos prescritos, sempre de acordo com cada animal.
Ambiente seguro
Criar um local protegido durante a queima de fogos é outra medida indicada. O espaço deve ser silencioso, familiar, conter água, cama e objetos que tenham o cheiro do tutor. Para cães, um cômodo interno com janelas fechadas e música ambiente suave costuma ser suficiente. Gatos, por sua vez, sentem-se mais confortáveis em esconderijos elevados ou caixas.
Condutas no momento dos fogos
Se não houver tempo para preparação prévia, o médico-veterinário Pedro Risolia, da Petlove, orienta focar no manejo imediato:
Imagem: Getty s
• tocar música para abafar ruídos externos;
• oferecer brinquedos e petiscos que distraiam o animal;
• manter portas e janelas fechadas para evitar fugas.
Alguns cães aceitam protetores auriculares específicos; outros podem ficar ainda mais agitados, por isso o ideal é testar antes. Em casos graves, o uso de feromônios sintéticos, calmantes naturais ou medicação prescrita pode ser indicado pelo veterinário.
Risolia ressalta que o medo de fogos não deve ser minimizado. A punição agrava o quadro: “O papel do tutor é proteger e reduzir o sofrimento do animal”.
Com a combinação de preparação antecipada, ambiente adequado e orientação profissional, tutores podem atravessar o período de festas com mais segurança para seus companheiros de quatro patas.
Com informações de Casa Vogue
