Estocolmo – Desde a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em 1972, a capital sueca vem adotando políticas ambientais que a mantêm na vanguarda da sustentabilidade urbana. A cidade, que na década de 1990 instituiu um dos primeiros impostos sobre emissões de carbono do mundo, agora colhe resultados em projetos de planejamento que servem de referência internacional.
Hammarby Sjöstad: de zona industrial a vitrine verde
Localizado próximo ao centro da cidade, o antigo polo industrial de Hammarby Sjöstad foi convertido em bairro-modelo. Entre as principais soluções adotadas estão:
- sistema automatizado de coleta de resíduos, que transporta o lixo por túneis subterrâneos até uma central de triagem, eliminando a circulação de caminhões de coleta;
- transformação de resíduos orgânicos em biogás usado em ônibus, outros veículos públicos e fogões;
- reaproveitamento de água cinza para geração de energia e aquecimento;
- edifícios de altura moderada com telhados verdes, praças à beira de canais e uso misto (residencial, comercial e de serviços) para reduzir deslocamentos;
- extensa malha de parques e passagens para pedestres e ciclistas.
Greenhouse Sthlm: nova etapa sustentável perto de Stadshagen
Seguindo os mesmos princípios, a zona oeste de Estocolmo recebe o Greenhouse Sthlm, projeto impulsionado pela Electrolux e planejado para abrigar cerca de 3 mil moradores, trabalhadores e visitantes. O primeiro prédio do complexo, assinado pelo escritório Archus, combina retrofitting de uma estrutura de tijolos com anexos construídos 100% em madeira certificada da região central da Suécia.
Entre os recursos previstos estão jardins nos telhados, floreiras nas janelas, futura praça pública e hortas coletivas, concebidos para que a área absorva mais dióxido de carbono do que emite. Tijolos reaproveitados da fachada original também foram incorporados a partes internas do edifício.
“Escolher a madeira como material principal foi decisivo para reduzir a pegada climática”, afirma Ulrika Kågström, responsável pelo desenvolvimento do Greenhouse Sthlm. Segundo ela, cada solução exigiu testes que prolongaram a obra, mas resultaram em ganhos ambientais significativos.

Imagem: Johan Eldrot
Os próximos prédios do bairro ainda estão em fase de projeto. Alguns deverão usar aço reaproveitado ou concreto feito de subprodutos industriais, mantendo o compromisso de minimizar emissões.
Com iniciativas que associam tecnologia, design e cultura local — como a tradicional pausa para o café, a fika, muitas vezes acompanhada do pão de canela kanelbulle —, Estocolmo consolida-se como laboratório urbano de práticas ambientalmente responsáveis.
Com informações de Casa Vogue