O combate indiscriminado a insetos considerados “pragas” vem reduzindo a presença de polinizadores fundamentais para a reprodução de plantas ornamentais e cultivos comerciais. Moscas-das-flores, mosquitos, mariposas, vespas e besouros atuam lado a lado das abelhas na transferência de pólen, mas costumam ser alvo de inseticidas em jardins e hortas urbanas.
Quem são os polinizadores esquecidos
Além das abelhas, diversos grupos de insetos exercem função essencial:
- Moscas-das-flores (sirfídeos) – na região do Soconusco, em Chiapas, são responsáveis pela polinização do manga Ataulfo; a ausência delas pode reduzir a produção do fruto.
- Mosquitos da família Ceratopogonidae – embora minúsculos, garantem a formação das vagens de cacau, matéria-prima do chocolate.
- Besouros, mariposas noturnas e vespas – mantêm a polinização de flores em ambientes onde as abelhas são escassas.
Impacto do uso de pesticidas
Relatos de agricultores do Soconusco indicam queda na frutificação após aplicações intensivas de inseticidas. Para contornar o problema, alguns produtores chegaram a liberar grandes quantidades de moscas domésticas, evidenciando a falta de polinizadores nativos.
Medidas para proteger os insetos benéficos
Especialistas sugerem ações simples para conservar essas espécies:

Imagem: David Levins
- Limitar pesticidas – substituir produtos químicos por alternativas menos tóxicas.
- Fomentar biodiversidade – cultivar diferentes espécies vegetais para atrair variados polinizadores.
- Criar habitats – oferecer troncos, pedras, vegetação densa e fontes de água que sirvam de abrigo.
- Educação e reconhecimento – aprender a identificar os insetos aliados evita sua eliminação acidental.
A manutenção desses “aliados invisíveis” é decisiva para a saúde de jardins, a produtividade agrícola e o equilíbrio de ecossistemas. Reduzir o uso de químicos e favorecer a diversidade vegetal são passos imediatos para garantir que moscas, mosquitos, besouros e mariposas continuem atuando na polinização.
Com informações de Casa Vogue
