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Francis Kéré projeta Biblioteca dos Saberes na Pequena África, no Rio de Janeiro

O arquiteto burquinense Diébédo Francis Kéré, vencedor do Prêmio Pritzker em 2022, assina o projeto da Biblioteca dos Saberes, novo equipamento cultural que será erguido a poucos metros do Terreirão do Samba, na Pequena África, região central do Rio de Janeiro.

Concebido para funcionar como centro de memória, encontro e aprendizado, o edifício integra o programa Praça Onze Maravilha, que prevê uma série de intervenções urbanas no entorno do Sambódromo, com investimento estimado em R$ 1,75 bilhão.

A proposta arquitetônica combina pilotis, cobogós e jardins suspensos, criando uma estrutura que dialoga com a paisagem carioca. No coração do prédio, uma torre circular de quatro andares, aberta à luz natural, simboliza a universalidade do conhecimento e traz referências ao manto Tupinambá e às árvores da vida.

O programa de uso inclui teatro, anfiteatro, salas de estudo, cozinhas, áreas expositivas e acervos dedicados à memória, às expressões populares e à biodiversidade. Localizada ao lado do monumento a Zumbi dos Palmares, a biblioteca reforça o papel da cultura popular como patrimônio intelectual do Rio.

A instituição fará parte de iniciativas como o Museu de Imagens do Povo e adotará modelos de mediação cultural inspirados no V&A East Museum, de Londres. Além disso, será o principal legado da agenda Rio Capital Mundial do Livro, coordenando bibliotecas públicas e comunitárias para ampliar o acesso à leitura.

Durante o lançamento do projeto, realizado na quadra da escola de samba Estácio de Sá, Kéré afirmou desejar “um espaço de diálogo, reflexão e convivência, um grande terraço aberto à diversidade do Rio, onde todos se sintam acolhidos”.

Kéré, de 60 anos, nasceu em Gando, Burkina Faso. Formado em Arquitetura na Alemanha, ganhou notoriedade ao construir uma escola em sua vila natal, premiada com o Aga Khan de Arquitetura em 2004. Seus projetos unem referências locais, sustentabilidade e participação comunitária.

Em passagem pelo Rio, o arquiteto visitou locais simbólicos, como o manto Tupinambá, o jardim de Burle Marx, o Edifício Capanema e a Pedra do Sal, experiências que reforçam a conexão do projeto com a história e a energia da cidade.

Com informações de Casa Vogue

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