São Paulo — Indicada ao Prêmio Potências, realizado na última segunda-feira (24/11) na Sala São Paulo, a atriz Aline Borges afirmou que a cerimônia reforça a visibilidade de profissionais negros ainda subestimados no cenário cultural brasileiro.
“A importância do prêmio é enaltecer as potências que a gente tem e que muitas vezes ficam apagadas. Receber uma indicação me conecta com a minha ancestralidade. É entender que sou continuidade”, declarou.
Referências e ancestralidade
Durante a entrevista, Aline mencionou nomes como Lélia Gonzalez, Ruth de Souza, Abdias do Nascimento e Neuza Santos para ressaltar que conquistas atuais se apoiam no trabalho de artistas e intelectuais negros de gerações anteriores. “Se estamos aqui, é porque lá atrás muita gente abriu caminho. A gente precisa lembrar de quem veio antes”, observou.
Diversidade de tonalidades
Reconhecendo-se como mulher negra de pele clara, a artista destacou diferenças de vivência dentro da própria população negra. “O prejuízo social que eu tive não chega perto de uma mulher negra retinta. Mas, com essa consciência, eu ocupo e abro portas. A única diferença é a melanina”, pontuou.
A repercussão de Tânia em “Dona de Mim”
Intérprete da vilã Tânia na novela das 19h, “Dona de Mim”, Aline contou que o público costuma abordá-la pedindo que a personagem mate Jaques, vivido por Marcello Novaes. “Sempre que viajo, alguém me para para perguntar: ‘Quando você vai matar o Jaques?’ Eles querem justiça”, relatou.
Imagem: Internet
Questionada se a trama seguirá esse rumo, a atriz despistou, mas avaliou: “Não sei se vou fazer isso, mas acho que ele merece ser punido. Não sei se merece morrer, mas pagar tintim por tintim, sim. Seria simbólico que uma mulher negra colocasse ele no lugar dele”.
Além da novela atual, Aline Borges acumula participação em produções como “Arcanjo Renegado”, “Bom Dia, Verônica”, “Pantanal” e “Totalmente Demais”.
Com informações de portal LeoDias
