São Paulo – Presença garantida em lares de todo o planeta, a árvore de Natal percorreu um longo caminho até se tornar o principal ícone das celebrações de dezembro. A seguir, veja como a tradição nasceu, ganhou novos significados, atravessou continentes e chegou às tendências de decoração previstas para 2025.
Raízes na Escandinávia e influência germânica
A prática de enfeitar árvores perenes surgiu entre povos escandinavos, que celebravam o solstício de inverno como triunfo da vida sobre a morte. Séculos depois, o costume se fixou nas regiões que hoje compõem a Alemanha. Nesses rituais, carvalhos – chamados de Yggdrasil – eram adornados e, em alguns casos, recebiam sacrifícios de animais.
No século VIII, o missionário São Bonifácio derrubou um desses carvalhos dedicados a Thor e apontou o pinheiro como símbolo da vida eterna, incorporando a prática ao cristianismo. Mais tarde, no século XVI, Martinho Lutero colocou velas nos galhos, origem das luzes natalinas.
Difusão para Inglaterra e Américas
Depois de se popularizar na Alemanha, a árvore ganhou espaço na Inglaterra. A expansão do Império Britânico levou o costume para as colônias americanas, especialmente o território que se tornaria os Estados Unidos.
Entre os séculos XIX e XX, a chegada de imigrantes holandeses e alemães levou a figura de São Nicolau ao país. Ilustrações e textos de escritores como Washington Irving e Clement Clarke ajudaram a conectar o pinheiro a Papai Noel. No pós-Guerra Fria, o Natal foi oficializado como primeiro feriado nacional norte-americano, consolidando a tradição moderna de presentes sob a árvore.
Significados cristãos e símbolos atuais
Com a apropriação religiosa, a árvore passou a representar o Paraíso, a reconciliação trazida por Jesus e, pela forma triangular, a Santíssima Trindade. As luzes simbolizam Cristo, enquanto a estrela no topo representa a fé que guia os fiéis.
Datas recomendadas para montar
Não há regra fixa, mas duas referências são comuns: o início do Advento (data móvel) e o Dia da Imaculada Conceição, em 8 de dezembro. Fora do calendário religioso, muitos optam por 1º de dezembro ou pela lua cheia do mês.
Onde posicionar a árvore
O feng shui sugere o lado leste da casa para favorecer a saúde ou o sudeste para atrair prosperidade. Corredores e quartos são considerados desfavoráveis por interferirem, respectivamente, no fluxo energético e no sono.
Imagem: Getty s
Natural ou artificial?
Pinheiros naturais perfumam o ambiente, ajudam na qualidade do ar e conectam os moradores à natureza, mas exigem cuidados e procedência sustentável. Árvores artificiais, produzidas com materiais não renováveis, oferecem variedade de cores, podem ser reutilizadas por anos e geram economia a longo prazo, embora não reproduzam o aroma e o ritual de rega do exemplar vivo.
Dos enfeites às tendências de 2025
No passado, maçãs penduradas lembravam as tentações do Paraíso. A escassez do fruto levou artesãos de Goetzenbruck, na França, a substituí-las por bolas de vidro soprado, que nos anos 1960 passaram a ser fabricadas em série com novos materiais.
Para atrair abundância, práticas do feng shui indicam pendurar moedas chinesas amarradas em fitas vermelhas, anjos que simbolizam proteção e sinos associados à alegria. Cores como dourado, vermelho e roxo também são ligadas a prosperidade, saúde e boa sorte.
Quanto às tendências para 2025, destacam-se:
- Cores: vermelho, prateado e tons de bosque (verde, canela e caramelo);
- Tamanho: peças grandes e texturas metálicas, em sintonia com o maximalismo;
- Temas: árvores criativas que contam histórias visuais, com figuras e elementos feitos em família.
A evolução da árvore de Natal reflete mudanças culturais, religiosas e estéticas que, geração após geração, mantêm vivo o espírito das festas de fim de ano.
Com informações de Casa Vogue
