O movimento Sou de Algodão, iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), retorna à principal semana de moda do país para sua quarta participação. O desfile “Trajetórias” será realizado em 17 de outubro, sexta-feira, às 19h, no Pavilhão das Culturas Brasileiras, no Parque Ibirapuera, em São Paulo.
Rastreabilidade em evidência
Com 36 looks totalmente pretos, a coleção evidencia o percurso do algodão brasileiro certificado pelo programa SouABR (Algodão Brasileiro Responsável), do campo até a passarela. Nesta edição, o movimento apresenta um panorama que reúne 82 fazendas, 61 produtores, seis estados e seis indústrias têxteis na cadeia de custódia da fibra utilizada.
“A rastreabilidade assume o protagonismo e mostra que o futuro da moda é responsável e transparente”, afirma Silmara Ferraresi, gestora do Sou de Algodão e diretora de Relações Institucionais da Abrapa. Para o presidente da Abrapa, Gustavo Piccoli, cada peça “é fruto de uma conexão genuína entre campo e passarela”.
Origem do algodão e parceiros industriais
O algodão usado nas criações foi cultivado na Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Piauí, estados que integram o programa ABR. Seis indústrias brasileiras participam do processo:
- Cataguases e RenauxView – tecidos de camisaria;
- Santana Textiles e Vicunha – denim;
- Dalila – malharia;
- Fio Puro – fiação.
Conceito all black
Assinado pelo stylist Paulo Martinez, o desfile utiliza o preto como ponto comum entre todas as etapas da cadeia produtiva. Segundo Martinez, a escolha conecta o tema à comemoração dos 30 anos da semana de moda paulistana, em referência a um “black-tie de celebração”.
Criações de seis estilistas
As peças foram desenvolvidas por:

Imagem: Divulgação
- Alexandre Herchcovitch, que propõe leitura sofisticada do algodão com tricoline leve, denim cru e sarja sem lavagem;
- ALUF, de Ana Luisa Fernandes, que apresenta vestidos de festa e silhuetas escultóricas;
- Amapô, de Carô Gold e Pitty Taliani, que revisita arquivos da marca em novas versões pretas;
- David Lee, que transforma costuras e texturas em metáforas de estradas e mapas;
- Fernanda Yamamoto, que explora arquitetura têxtil com listras, risca-de-giz e origamis em algodão;
- Weider, que cria alfaiataria desconstruída, sem distinção de gênero.
Para o idealizador e diretor criativo do SPFW, Paulo Borges, a apresentação reforça “a força da moda brasileira quando se conecta à sua origem”.
Sobre o movimento
Criado em 2016 pela Abrapa, o Sou de Algodão busca disseminar o consumo responsável e valorizar toda a cadeia têxtil. O programa Algodão Brasileiro Responsável certifica 82 % da produção nacional, seguindo critérios ambientais, sociais e econômicos.
O desfile “Trajetórias” conclui o ciclo da fibra à criação, destacando colaboração, transparência e propósito na moda brasileira.
Com informações de Fashion Bubbles