O ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil), comunicou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sua intenção de entregar o cargo nos próximos dias. A decisão foi tomada em reunião no Palácio da Alvorada na tarde desta sexta-feira, 19 de setembro de 2025.
Sabino informou que pretende oficializar a demissão entre quarta e quinta-feira da próxima semana, depois do retorno de Lula de Nova York, onde o presidente discursará na Assembleia-Geral da ONU. Até lá, o ministro manterá compromissos de fim de semana relacionados ao turismo no Pará.
O pedido de saída ocorre após o União Brasil fixar um prazo de 24 horas para que todos os filiados deixassem cargos no governo federal, sob pena de expulsão da legenda. Embora Sabino seja o único integrante do partido à frente de um ministério, ele vinha recebendo pressões internas havia semanas.
O clima de tensão na sigla se agravou com denúncias envolvendo o presidente do partido, Antonio Rueda, suspeito de ligação com aeronaves supostamente usadas pelo PCC, o que foi negado por ele. Dirigentes do União Brasil avaliaram o episódio como mais um fator de desgaste na relação com o Planalto e reforçaram a orientação para o desembarque do governo.
Nos bastidores, Sabino chegou a procurar líderes partidários e parlamentares na tentativa de permanecer no posto, alegando que sua atuação seria estratégica para a COP30, marcada para novembro de 2026 em Belém, sua base eleitoral. O evento é visto como vitrine para uma eventual candidatura ao Senado em 2026.

Imagem: Ricardo Stuckert
Segundo interlocutores do governo, Lula não tentou impedir a saída de Sabino, entendendo que a permanência do ministro era assunto interno do União Brasil. O presidente tem mantido o diálogo com o centrão principalmente por meio do senador Davi Alcolumbre (AP), e não pela direção nacional da legenda.
Com informações de Portal LeoDias