Pular para o conteúdo
Início » Série de atritos marca a relação Brasil-EUA desde a Segunda Guerra até as sanções de 2025

Série de atritos marca a relação Brasil-EUA desde a Segunda Guerra até as sanções de 2025

Brasília, 15 de setembro de 2025 – As tensões recentes entre Brasil e Estados Unidos, motivadas por tarifas de importação e críticas ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, somam-se a um longo histórico de confrontos diplomáticos que atravessa décadas.

Segunda Guerra Mundial

Entre 1939 e 1945, o governo Getúlio Vargas manteve neutralidade inicial, negociando tanto com o Eixo quanto com os Aliados. A postura mudou após pressões de Washington e ataques de submarinos alemães a navios brasileiros. Em janeiro de 1942, o Brasil rompeu relações com Alemanha, Itália e Japão e autorizou bases aéreas norte-americanas em Natal. Em agosto do mesmo ano, o país declarou guerra à Alemanha e à Itália, alinhando-se oficialmente aos Aliados.

Décadas de 1970 e 1980

Durante a Guerra Fria, o regime militar brasileiro enfrentou cobranças dos EUA por violações de direitos humanos, especialmente no governo Jimmy Carter. Na mesma época, crises de energia e disputas nucleares alimentaram a busca brasileira por autonomia.

Mediação nuclear de 2010

Em 2010, Brasil, Irã e Turquia assinaram o Acordo de Teerã, iniciativa conduzida pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva como tentativa de intermediar o programa nuclear iraniano, contrariando a linha defendida por Washington.

Espionagem revelada em 2013

Documentos vazados por Edward Snowden mostraram monitoramento da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) a e-mails, telefonemas e dados da então presidente Dilma Rousseff e de assessores, além de informações da Petrobras. A denúncia levou Brasília a convocar o embaixador norte-americano e a cancelar uma visita de Estado prevista para 2013.

Relações nos governos Lula

Entre 2003 e 2010, a diplomacia brasileira valorizou fóruns multilaterais e o fortalecimento de laços regionais, o que gerou atritos com Washington pelo apoio a Cuba e Venezuela. De volta ao Planalto, em 2024, Lula vetou a entrada da Venezuela no grupo BRICS, alegando falta de transparência eleitoral.

Alinhamento e conflito sob Bolsonaro

No mandato de Jair Bolsonaro, o Planalto adotou discurso alinhado ao então presidente Donald Trump, mas a alta do desmatamento em 2019 gerou críticas internacionais e afetou negociações como o acordo Mercosul-União Europeia.

Escalada de 2025

Após a condenação de Bolsonaro a 27 anos de prisão, a Casa Branca rechaçou acusações de interferência e afirmou que usará poder econômico e militar para “defender a liberdade de expressão”. O secretário de Estado Marco Rubio criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal. Em seguida, o governo norte-americano elevou para 50% as tarifas sobre produtos brasileiros, alegando desigualdades comerciais e questões políticas. Brasília respondeu com ameaça de medidas de reciprocidade.

Os episódios atuais reforçam uma tradição de altos e baixos que, há mais de 80 anos, define a complexa relação entre as duas maiores economias do continente.

Com informações de portalleodias.com

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Author