A pedra de jade atravessa milênios ocupando papéis que vão de arma cerimonial a instrumento de cuidados com a pele. Utilizada por diversas civilizações, a rocha ganhou fama de símbolo de eternidade, pureza e poder.
Dois tipos, uma mesma fama
Existem duas variedades principais: a jadeíta, de tom verde intenso e translúcido, altamente valorizada por joalheiros antigos e contemporâneos; e a nefrita, mais abundante, com cores que variam do verde ao branco leitoso. Ambas apresentam dureza próxima à da obsidiana, característica que permitiu seu emprego no talhamento de armas, adornos e amuletos.
Uso ritual e status social
Civilizações da Ásia e da Mesoamérica recorreram à pedra para fins religiosos e funerários. Broches de jade eram colocados sobre caixões na China e em sociedades mesoamericanas para garantir proteção eterna ou acompanhar os mortos na vida pós-morte. Líderes políticos exibiam selos, anéis, pulseiras e incrustações em coroas como sinal de prestígio.
Lendas e simbolismos
No folclore chinês, uma narrativa relata que a deusa Change deixou cair um objeto de jade ao ascender à Lua, associando a pedra à pureza e à luz lunar. Filósofos como Confúcio atribuíram à rocha virtudes de sabedoria e imortalidade, enquanto imperadores a consideravam ponte entre céu e terra. Entre povos mesoamericanos, a cor verde aproximava o mineral da fertilidade e da própria vida; para os maias, o jade representava o sangue divino derramado na criação do mundo.
Presença contemporânea
No século XXI, a pedra mantém relevância. Ferramentas de massagem facial, como Gua Sha e rolos de jade, tornaram-se populares em rotinas de skincare. No campo esotérico, a rocha continua associada à boa sorte, proteção energética e aumento da fertilidade.

Imagem: Nam Lê
Conservação do mineral
Assim como outros materiais naturais, o jade requer limpeza periódica para preservar seu brilho e, segundo crenças, “renovar” sua energia. A prática é recomendada principalmente após eventos importantes ou uso constante como amuleto ou joia.
A longevidade do fascínio pela jade demonstra como o mineral se reinventa sem perder o significado atribuído por culturas antigas, reforçando seu status entre gemas preciosas e objetos de bem-estar.
Com informações de Casa Vogue